23 de set. de 2020

Pós do Pós



Nessa fila, 
com aqueles que o mundo esqueceu, 
espero o pão, migalha indivisível, 
como Julieta esperou Romeo, 
dando um passo inesquecível, 
rumo ao esquecimento de quem sou eu. 

 Nessa vida, feita de suor e luta, 
 esperamos de forma resoluta, 
um sorriso de sorte, 
o desdém da morte, 
não conseguindo ser mais forte, 
a verdade não passa de um trote. 

 Nesse sonho, 
me torno enfadonho, 
distorço o conto, 
não tenho mais ponto, 
no “pós do pós “ me encontro, 
e do mundo me envergonho.