23 de set. de 2020

Pós do Pós



Nessa fila, 
com aqueles que o mundo esqueceu, 
espero o pão, migalha indivisível, 
como Julieta esperou Romeo, 
dando um passo inesquecível, 
rumo ao esquecimento de quem sou eu. 

 Nessa vida, feita de suor e luta, 
 esperamos de forma resoluta, 
um sorriso de sorte, 
o desdém da morte, 
não conseguindo ser mais forte, 
a verdade não passa de um trote. 

 Nesse sonho, 
me torno enfadonho, 
distorço o conto, 
não tenho mais ponto, 
no “pós do pós “ me encontro, 
e do mundo me envergonho.

28 de jun. de 2020

Ouvindo Progressivo



Sempre assim...
Um tempo passado
que se projeta retroativo.
Um sentimento de perigo.
Ritimo impositivo,
se transforma em amigo,
o fim é meu castigo,
mas não é realmente
termino enfim,
mais um recomeço
que no meu berço
me nina docemente.

12 de nov. de 2018

Cara Vida



Ganhei de graça,
Apesar de que a conta
do hospital foi salgada.
Por minha Mãe aleitado,
não dava muito trabalho,
mas as fraldas custavam caro,
resultado do leite degustado,
muito tecido a ser lavado.
Cresci e na escola publica fui matriculado,
apesar de ser meu direito ser educado,
uniforme, caderno, meia e sapato,
tudo tinha que ser comprado.
Adulto me tornei
para o mundo voei,
se queria por um teto ser abrigado,
logo arranjei um apartamento alugado.
Agora velho
se quiser se cuidado
tenho que fazer um peculio privado.
A vida que foi me dada de graça,
muita vezes parece uma trapaça,
de um beijo a um trago
tudo tem que ser pago.
Daqui a pouco vão me cobrar
Pelo céu azul que tenho olhado.

24 de out. de 2017

Desigualdade



Ontem tive fome,
comi e consegui
todas a calorias
de que necessita um homem

Enquato comia
pensava na vida,
televisão assistia
entre garfadas na comida.

Cenas de esporte,
de corrupção e morte,
tudo na minha frente

comia calmamente,
vi gente com fome,
mas segui cotidianamente.

28 de set. de 2017

Torpor



Antes que ele me domine
e as idéais mine,
garimpo a poesia
para que o sonho se afine,

diferente da realidade mesquinha
quanto mas a língua afia,
mas juntamos esparsos grãos
que a cisca a galinha.

Antes que lembre da dor,
quero rubras bochechas
cheias de torpor,

quero canção antiga
de Raul Seixas,
virando de criança cantiga

7 de set. de 2017

Menina dos Átomos do Céu


Valente...
Covalente....
Ambivalente....
Você sempre na mente,
o coração rubro vira céu,
desvela do azul o véu,
que átomos traduz
reverberando alva luz
nas telas camistas
me diz de suas vinhetas.
Assombro nos assola,
pois depois de gastarmos
dos sapatos tanta sola,
incrível aqui estarmos
perplexos diante dos astros,
que fazem nos encontrar.


Para Maia

5 de set. de 2017

Poesia da Noite

Um gole de cerveja...
Um sonho na mesa,
mortadela e calabresa,
mais um gole as avessas.

A mochila cheia de livros,
um velho casaco,
o garçom da o aviso,
o fechar das portas num estalo.

Na rua deserta,
o caminho de casa é uma reta,
conto meus passos,

ouço dos morcegos o guinchado,
Batmans nos telahados?
chego em casa embriagado.