31 de ago. de 2009

Moça de Minas

Hummm!
Encho meu peito de ar.
Sei pelo cheiro do café,
pela procissão das beatas de fé,
que em minas devo estar.
Vejo as montanhas,
que no longo horizonte
fazem a paisagem tremular.
Sinto o cheiro da jabuticaba,
da fruta o gosto água o paladar,
do perfume me chega a pele alva,
da menina que estou a amar,
de quando após o banho
ela a essência pelo corpo
vem a espalhar.
O carreto,
vem pela estrada a trotar
meu coração começa a disparar,
só novamente se cadencia
quando na estação já eu antevia
Moça de minas a me esperar!

(Para Cristiane)

30 de ago. de 2009

Sonho & Poesia

Nesta breve noite,
visitou meus sonhos Orfeu,
e disse "canta o amor teu!"
“Diz a ela quantos recantos
no teu andar percorreu,
quantas flores do falar
para ela, só para ela
você recolheu!”
“Diz do dia,
diz da Noite!
Da sombra
que traz o entardecer,
quando nos seus braços
ela vem se proteger.
Fala aos seus ouvidos
com muito carinho,
te torna outra vez menino,
e com doce refino,
faz-lhe poesia do sol matutino!”
Obrigado Grande Orfeu!
Seguirei os conselhos seus,
dica de um semi- deus.
Assim já logo faço
poesia para o amor meu!

(Para Cristiane)

Convite

Ando como um desconhecido,
mas as ruas já são conhecidas.
Traço caminhos diferentes
para itinerários já percorridos.
Meu instinto de Lacraus
me propõem sempre recomeço.
Não me recuso, pois sei
que tenho que recolher meu verso
pelos caminhos que segui e sigo.

Vejo uma mão que convida,
se entrelaça os dedos a minha.
Voz doce e agradável, fala e me intriga.
Diz: Vem , vem comigo fazer nossa sina!

(Para Cristiane)

29 de ago. de 2009

Desejo em Ti

Vislumbro rimas,
que em uma mente arguta
podem ser infinitas,
parecem fortuitas,
mas nascem
de sensação madura.
Vejo a gota d’água
que de manhã no belo banho
sua perna percorre,
vejo ela se esconder
onde seu desejo dorme,
despertando algo de mim
no seu banhar
de limão- jasmim.
Gotinha fluida,
no seu vagar renitente
cresce e se avoluma
até virar torrente,
alcança o mar
de prazeres da mente,
que o corpo bem sente!
Como onda noturna,
sem bem saber de onde,
o prazer te toma,
não lembras mais
de coisa alguma,
a não ser do lampejo
da lembrança de nosso beijo,
e em ti repousa o desejo!

( Para Cristiane)

28 de ago. de 2009

Distância

Bom dia! Meio triste,
mas no meio peito
teu amor persiste,
essa vontade de te ter
em mim não desiste.
É como água das montanhas,
que percorre vale imenso,
da terra varre as entranhas
trazendo alegria,
fazendo da vida uma façanha.
Apesar da distancia
nosso amor é constância,
tem de verdade a sanha
de não ter qualquer limite,
pois sorriso igual ao teu não existe!

(Para Crsitiane)

25 de ago. de 2009

Saber

Andando no ônibus,
passa um carro igual ao seu,
olhando esse homônimo
me pergunto:
Onde está o amor meu?
No almoço
o fritar do bife ouço,
relembro sua preferencia,
de como gosta a consistência.
Passo pela confeitaria,
quantos quitutes e iguarias,
penso como sua boca ficaria.
Ando pela cidade
e em tudo há seu toque,
porque na verdade
meu coração explode,
de você a vontade
de a todo minuto ti saber!

(Para Cristiane)

23 de ago. de 2009

Amor diário

Amor que se dá aos pedaços,
um almoço, um bom prato.
Amor que conforta o estômago,
sem do coração descuidar o trato.

Amor que se dá com palavra,
não importa na cidade ou na estrada.
Amor que surge de fina lavra,
do sentimento que no peito se guarda.

Amor diário, mesmo que longe,
dos sentimentos belos és depositário,
e apesar do mundo ser contrário,

A luz do dia mostra seu corolário,
em poesia faz-se necessário,
no coração desse legionário!

(Para Cristiane)

22 de ago. de 2009

Sonho de Vandré

Hoje acordei do sonho
de Geraldo Vandré,
fui andando pelas ruas a pé.
Eu professor apaixonado
pelo oficio, pela missão
firmemente compromissado.
Vi fuzis, vi granadas
mas não eram revolução
nem luta armada,
crianças descalças
quase sem nada,
nas mãos armas
de uma causa já derrotada.

Vi minha linda escola
suja e maltratada,
de recursos desprovida,
maltrapilha e surrada.
Contudo, ao entrar
reencontrei meus colegas,
incansáveis, sem dar trégua,
permaneciam lá
com seus compassos e réguas.
Um me saudou:
- Que bom te ver camarada!
Estamos aqui de guarda,
Pois quando o dia de novo raiar
Nós construiremos uma nova estrada!

Segui meu caminho
a tudo observar.
Vi a política se transformar
para se perpetuar.
Vi o pobre mudar de cara,
mas não de lugar.
Vi o Jardim das Iniquidades
que as pessoas passeavam
a se cumprimentar.
E voltei a sonhar,
que com minha poesia e caminhar
um dia tudo isso eu possa mudar!

19 de ago. de 2009

Estrada

Do alto dessa mochila verde
onde carrego meu sonhos,
meu pacote de experiências
que me fazem forte,
que me fazem fraco,
mas fazem quem eu sou.
Vejo a estrada
como mãos abertas,
mapa a decifrar,
rotas que muito podem
me ensinar.
Já muito caminhei
ri e chorei,
mas como num conto de keruac,
sempre há uma montanha a escalar,
e a verdadeira morte é nunca tentar.
Nas esquinas,
vejo olhos a me recriminar,
sentados, enraizados nalgum bar,
mas sempre a um preço a pagar,
por um trago na garganta a rolar,
uma viajem, um sonho para se realizar.
Pago meu preço sem reclamar.
E tenho bons companheiros,
Pessoa, para me lembrar de Portugal,
e da saudade que dá ao navegar,
Vinícius, e suas dicas ancestrais
da arte do bem amar.
Neruda, em versos de madeira,
ensinou que se pode todo dia,
a mesma mulher , amar e conquistar.
Droumond, na sua cotidiana mineirice
fez menina, escritório e pedra falar!
Vou seguindo,
com mochila e violão
fazendo um novo cantar.

No Olhar

De manhã,
olhinhos grudados,
na boca um estalar
a saliva pedindo um suco,
para renovar o paladar.
Suas mãos exploram
meu peito a ronronar,
nos espreguiçamos,
ouvido as juntas farfalhar
enquanto nos abraçamos.
Seus lábios ressequidos
procuram os meus para beijar,
no arroubo matinal,
de beijo em beijo
vamos nos hidratar.

Depois deste ritual
sua pálpebras tem coragem
de lentamente despertar,
A luz invade sua retina,
e nos meus braços
posso ver o brilho
do seu olhar!

(Para Cristiane)

16 de ago. de 2009

Criança

Mais uma vez
o lápis sobre o papel,
incerto e inseguro bailar.
Copiando um signo
e tentando acertar,
as voltas das letras
que para essa criança
o mundo vai revelar.
Neste instante
sente-se doçura,
professora menina
a lhe observar.
E agora mão
sobre a mãozinha,
os dois vão caminhar,
no caderno Y, Z e A
e o alfabeto vão trilhar!
Toda vez que essa Mestra
no banco escolar
ao lado do aluno se sentar,
menina se tornará,
convidando as crianças
a viver a aventura
do A, B, C e até do K!

(Para Cristiane, Professora e Menina)

15 de ago. de 2009

Musa

Uns as trazem no bolso,
num recorte que passam a olhar.
Outros a trazem na mente,
no Parnaso para admirar.
Nos pedestais de templos,
nas ruínas de algum lugar,
estatuas imóveis
que no passar dos anos
só vão se desmanchar.

Minha Musa,
levo pelas mãos
para passear.
Sussurro os versos,
deleito seus ouvidos
com meu trovar,
esperando sua reação,
bem de pertinho, ouço,
seu lindo coração,
a cada palavra pulular!
Minha recompensa vem na hora,
seus braços me envolvem,
e em todo o tempo
só existe o agora,
quando ela me brinda,
me presenteia,
com seu beijar!

(Para Cristiane)

12 de ago. de 2009

Ligação

Fecho os olhos,
você os abre de sopetão.
Bebo água,
você sorfe os lábios
com sofreguidão!
Vou para o sotão,
tu invades meu porão.
Na casa de carramanchão
nos procuramos
com luz de lampião,
eu subindo a escada,
descendo tu então,
tatiando na escuridão
uma mão encontra
a outra no corrimão.
De mãos dadas
dissipamos o véu de mansidão.
Iluminamos a casa, a rua,
a cidade de nosso coração!

(Para Cristiane)

11 de ago. de 2009

Caminho

Até aqui
olho para traz,
visto as centenas de personagens
que usei para sobreviver.
Persigo um ideal
que na verdade me persegue.
Como uma pizza e a vida segue,
não como queria,
nem como num sonho seria,
somente como poderia.
Num dia sem muita pretensão
li seu recado,
você saiu da multidão.
Dizendo, falando, dando opinião.
Mudando o quê de vazio,
outrora havia neste coração.
Me despi de pudores,
desliguei meus censores
e te segui sem pensar nas dores.
Porque dor em grande verdade,
é não saber de teu sorriso,
não perceber quando a bochecha arde,
quando te digo como o sino bate.
Em tudo isso não sei bem o caminho,
e nisto reside nossa maravilha,
pois o que parece uma ilha,
se revela continente,
a medida que nosso terno amor,
como curioso menino,
explora o ambiente.

( Dedicada a Cristiane)

"Caminho de paixão: Calçando seus pés, vestindo sua emoção" (Para Cristiane)

I

Doce, agri-doce,
na minha boca
como bala você fosse.
Desmancha e deleita o paladar.
Gostinho bom de amar!

II

Amor que se dá aos pedaços,
um almoço, um bom prato.
Amor que conforta o estomago,
sem do coração descuidar o trato.

III

Felicidade,
para alguns é eternidade,
mas ela está na verdade,
no beijo e sua brevidade.
Para sempre quero beijar-te!