2 de dez. de 2013

Telas

Te vi assim tão faceira,
mas era de outra maneira,
em algumas polegadas
sua figura espalmada
na tela desta maquina.
Quanto tempo faz
que não vejo
seu sorriso sagaz?
Teu cheiro seu perdeu
no soar de um bocejo,
e com tantas telas,
não sei mais qual era
meu primeiro desejo.
Assim tem gente
que nem sei mais
se nesse mundo é vivente.
Me perco e me acho
nos bytes dessas telas,
mas nem de longe
tenho a felicidade
de Toquinho
cantando sua Aquarela.

24 de nov. de 2013

Livre

Preso:
Tradição,
Coração
Música
Inspiração.
Algo que nem sei mesmo nomear
me faz cada dia respirar.

Livre:
De você
De mim
Preconceito
Comida pronta
Má política
Fumaça
Tristeza
Vidas separadas.
Algo que ainda não fiz,
mas que só vou realizar
ao meu tempo e hora.

18 de nov. de 2013

Despertando

Porque hoje
ouço mais,
falo menos,
e amo o quê tenho.

Porque ontem
não se foi,
mas já passou
e sei onde estou.

E amanhã...
Nasceu agora,
Não quis brincar,

vai esperar a hora
de quando brilhar.
Será para ficar!

Pensar-te

Pensar-te.
Assim grega ilha.
Então disparate!
Pois és baianinha
apesar , de Afrodite, o disfarce.

Pensar-te.
Vociferando indignada,
contra tanta coisa errada,
contra o mundo
que não faz nada.
Para depois ver-te
num sorriso aconchegada,
moleca, menina levada.

Agir-te.
Ao teu encontro
alegre me ponho.
Quero beijar-te,
buscando aquilo
que marotamente
me negaste,
e com força aguardo
que a esperança
nunca mate.

12 de nov. de 2013

Palavra Minha

Palavra minha,
palavra sua.
Palavra infinita,
palavra na rua.
Palavrão!
Sem ser feio,
palavra de emoção.
Sendo anseio,
baticum do coração,
o poema assim me veio
para falar a ti, meu desejo.

2 de nov. de 2013

Tenho que Estudar

Tenho que ler,
que reler, e aprender.
Ai me lembro daquele poema,
aquele do Pessoa
que diz que a preguiça
é cousa muito boa!
Tenho que ler,
escrever e reaprender.
Amo o Livro,
Mas me dou conta
que ele vai ficando pesado,
como bebê com sono,
no colo da mãe recostado
sendo com amor ninado.
Tenho que ler,
viver e reviver.
Pois se tudo não está nos livros,
a melhor parte neles veio parar.
Vou buscar um café
e vamos embora estudar!

13 de out. de 2013

Monotonia

Meu amor reclama da rotina...
Mas que ritual mais mágico
esse de robar-lhe beijinhos
mordiscados a beira deste lago.

Acordar diaoturnamente a seu lado,
sentir nas costelas seu catucado,
pois meu ronco sincopado
já deixa o vidro da janela trincado.

E fazer sempre a mesma receita,
Servi-lhe sempre no mesmo prato,
E ficar de canto de olho a espreita

do seu sorriso refastelado,
a cama do mesmo jeito feita,
para o gozo sempre remoldado.

12 de out. de 2013

História

A minha, a sua
a nossa , a rua,
avenida impura
conto de ficção…

Que tanto os livros amam,
que os homens resignam
em não contar com exatidão
a história em suas mãos.

De tudo que vale a pena,
a maioria foi perdido
no silêncio pervertido

de uma biblioteca escura.
A não ser que se vire a página,
e do relato se faça a cura.