31 de out. de 2009

Um Filme de Vida

Personagem cidadão
que pula da tela para o calçadão,
não somos exatamente assim então,
as arestas do dia a dia hão.

Mas de certa forma nos da a mão,
nos guia entre realidade e ilusão,
pois serve a muitas pessoas,
esse personagem fala de várias coisas.

Parte do filme da vida conta,
rimos com que ele apronta,
choramos as vezes na poltrona.

no final está tudo entendido
e pelo coração enternecido,
de que amar sempre é preciso!

(Para Cristiane)

30 de out. de 2009

Musa & Gol II

No silencio do seu quarto,
ainda sim com o radinho do lado,
está ela com os olhos vidrados
na televisão assistindo o Galo.

Mas o território é inóspito,
a chuva e juiz lhe são opostos.
hoje não é dia de comemorar,
uma derrota seu time teve que amargar.

Com o travesseiro confidente
ela lembra dos tempos sorridentes,
que com seu pai, as costas montada,
ia ver o alvi- negro toda animada.

Nada decepciona a emoção,
pois só foi um tropeção,
esse escrete sempre da razão
a toda essa imensa paixão!

Até o poeta se comove
e nesses versos descorre,
sobre a musa e sua magia,
que fez cantar um galinho
onde ainda esse amor não havia.

(Para Cristiane)

29 de out. de 2009

Moça vai atrasar

Moça de Minas vai se atrasar,
mas que mulher não faz
o amado um pouquinho esperar?
É para melhor se cuidar,
para a roupa preparar,
na maquiagem caprichar.

O poeta da voltas no saguão
e estala os dedos da mão,
ansiedade e alta pulsação.
Um vislumbre e tudo é emoção,
ela, linda, irrompe o salão!

Os dois vão passear na Lua cheia,
dizer tudo que a alma almeja,
beijar, pois o coração deseja,
fazer que noite nunca alvoreça!

(Para Cristiane)

28 de out. de 2009

Reflexão do Poeta

Acordei nesse dia chuvoso,
sorvi meu café fumegante,
meus pensamentos, como antes,
em ti estavam até o osso.

Nessa lógica incomum
penso em motivo, só um,
para não te amar,
mas não consigo encontrar.

Nessa estrada de Musa e Poeta,
não hão só longas retas,
algumas curvas estão a nossa espera,
para no caminho nos ensinar
como os sentimentos acomodar,

pois esse amor é raro
como o fruto da terra extraído,
precisamos dele no organismo.
O Poeta diz para Musa assim,
te amo, e te quero sem fim!

(Para Cristiane)

27 de out. de 2009

Vento das Geraes

Vão as horas escorrendo,
um minuto vagaroso,
a hora do almoço chega num lampejo,
sempre quando me lembro saudoso,
da Moça Minas, meu amor gostoso,
parece que doce estou comendo
quando nos meus sonhos
acordado estou ela vendo.

Alguém faz uma pergunta,
eu meio aéreo, desatento,
forço o ouvido na escuta.
- Professor! O que está acontecendo?
- Se perdeu no vento?
Respondo com olhar no céu.
- Me encontro num vento das Geraes!
- Dele não quero sair nunca mais,
é minha amada que felicidade traz,
mesmo ela lá eu aqui na beira do cais,
mas logo uma magica ela faz
e estaremos nos beijando em paz
se querendo em desejo voraz!

(Para Cristiane)

26 de out. de 2009

A Musa vem para o Mar

Ela vem de cabelo solto
com sorriso iluminado no rosto,
emprestando ao dia sua luz com gosto.
Vem ver a Lapa,
ouvir o samba da velha guarda,
tomar uma caipirinha bem gelada,
aquela feita na rua, na barraca.
Vem trazendo um cheiro de jabuticaba,
que deixa a rua toda perfumada,
que me faz suar só de pensar
em beijar essa sua boca molhada,
onde este poeta faz morada.
Vem ver também o nobre esporte bretão,
quer sentir o Maraca explodir com a multidão!
Vem torcer para o seu alvi- negro de Montão.
E não importa qual o tamanho da emoção,
o mar é nosso lugar de imensidão,
como o amor que temos, um pelo outro, no coração!

(Para Cristiane)

25 de out. de 2009

Musa & Gol

Um dia de calor
de manhã já se bota de pé,
prepara rápido o café,
há atividade que sua atenção requer,
tem que ciência ensinar com fé,
novamente lições dar com amor.

Mas seu coração está batendo
hoje dia de alvi- negro,
paixão que cultiva com esmero,
dividida com este que está escrevendo,
pois também acelero seu batimento em resfolego.

No estádio ela se deleita
vendo no gramado a bola rolar,
com o radinho no ouvido espreita,
o gol que está para chegar.

Como é lindo ver seu braço estendido
comemorando golpeando o ar,
mas um adversário vencido,
seu belo time pode triunfar.

Musa mais bela
o poeta não podia Ter na terra,
combinação incomum, mas sincera,
futebol e versos da doce esfera,
que a bola ao rolar revela
como o mundo roda avera,
dizendo da paixão da musa por seu poeta!

(Para Cristiane, Musa e Torcedora)

24 de out. de 2009

Suspiros em Você

Quando eu era criança
eles eram doces e açucarados,
vovó fazia para a festança,
sempre tinham uns para mim guardados.

Seus suspiros são de outra monta,
trazem prazer extraordinário,
toda vez que me dou conta
de quanto seus beijos são necessários.

Ambos deleitam o céu da boca,
e saber assim não é coisa pouca,
que te beijando te deixo louca.

Os suspiros que arranco de você
são o prenuncio do prazer
que é a noite toda no meu leito te ter!

(Para Cristiane)

23 de out. de 2009

Amor da Moça de Minas

Como um velho candieiro
está ali a chama em reverbero,
como toucinho que matura
ali pendurado no fumeiro.
Virando o tacho o dia inteiro
se faz do marmelo bom proveito,
esse amor é como doce confeito
e estala na língua como beijo!

Essa Moça que verso
traz no seu ser imerso
tudo que tradição ensina,
mas também avançada filosofia
nos trabalhos que escrevinha.
Coisas que só acontecem em Minas,
dos tambores a alta tecnologia.

O Poeta acende essa fogueira
ama essa mulher de todas as maneiras,
faz do cantar alvissareiro
um jeito de estar com ela por inteiro,
inventando todo dia novos poemas rimados
para dizer como é bom por ela ser amado!

(Para Cristiane)

Poema de Ontem

Um verso de amor,
uma imagem de flor,
tudo de bom que for,
registrado na suas bochechas
que ardem vermelhas de rubor.

Ontem falei de lembrança
de nosso entrelaçar em dança,
de tudo que a mente alcança,
de belo horizonte de bonança.

Hoje está firmado
no que é insondável,
no que é incomensurável,
eu a noite inteira ter sonhado
estar simplesmente ao seu lado.

Ontem e hoje são partículas de tempo
como bandeirante corre terra a dentro,
não importa os reveses do vento
explora o chão que vai vendo,
o amanhã ao andar vai fazendo.

(Para Cristiane)

22 de out. de 2009

De Mãos Dadas

Quando os dedos se procuram
mesmo que no escuro,
debaixo da mesa fazem sussurro,
se entrelaçando para dizer ao mundo,
como esse amor é profundo.

Mãos espalmadas, linhas cruzadas,
para dizer como é boa essa vida,
de para ti fazer diária poesia,
para nunca deixar a alma vazia.

Olhos fixados,
abraçar de lábios,
eriçando a pele e num estado
de paixão todo o músculo está retesado.

Consigo o que almejo
te demonstrar num beijo
o quanto é grande o sentimento
que no corpo vicejo!
Sua mão na minha cravada
faz saber do ponto de partida
que é simplesmente
ter sua mão a minha unida!

(Para Cristiane)

Ar, Amor & Poesia

Parece meio insubstancial,
mas quando o vento sopra
percebemos sua forma.
Parece meio atemporal,
mas quando bate um frio na barriga
sentimos o que o coração abriga.
Ela existe para dizer faminta
de quanto feliz se necessita,
do ar, do amor e da poesia,
que uma menina apaixonada
precisa para viver bem a vida!

(Para Cristiane)

21 de out. de 2009

Cotidiano em Revolução

Ele vem assim andando
meio inconformado,
com ares de entediado,
esse nosso cotidiano.
Conta para o poeta
que existe uma moça
que está lá em minas
de uma poesia a espera,
de uma palavra fina,
de quem seu coração ouça.
Assumo então tarefa intrépida,
de alegrar essa menina
com as imagens que saltam a retina,
e nos versos se fazem queridas.
Ela me diz quando o rosto
em beijos me afaga,
que amor tudo transforma,
mesmo que haja demora,
tudo tem sua hora.
O mundo e a vida
as vezes dizem não,
mas não a alternativa,
para quem no coração tem a paixão.
Revolucionar o cotidiano,
fazer do amor solução!

(Para Cristiane)

20 de out. de 2009

A Cidade sem Você

Num movimento corriqueiro,
comendo um doce de confeiteiro,
me lembro de todo seu deleite
ao sorver os quitutes saborosos,
que mais parecem enfeites,
e são para o paladar formosos.

Passo pelo bar nosso
e vem a minha boca salivar,
por dentro sinto um troço,
vontade daquele momento cristalizar,
parando no tempo o beijo vosso!

E nas ruas passo a me lembrar
de como você as luzia no seu andar,
de como entre essa gente
tu se misturavas tranqüilamente.

A cidade se recente
pois já és daqui certamente
quer te ver novamente,
sente falta de sua aura,
do amor que aqui você instaura!

(Para Cristiane)

Teu Olhar

Na plataforma eu a esperar,
os minutos longos e lentos
custavam tanto a passar,
procurava teu rosto
nos passantes que ia vendo
desembarcando em ritmo ameno.

Percebi o ônibus encostar,
vi no letreiro o destino de partida,
soube que este era o que te trazia,
o sangue forte na veia corria,
fixei o olhar na porta que se abria.

Teu olhar no meu olhar
te fitando foi como beijo,
que prenunciava o ensejo,
de todo nosso desejo,
que sua boca beijando a minha,
veio nosso amor realizar!

(Para Cristiane)

19 de out. de 2009

Magia da Moça de Minas

Seu poder não está em remover montanhas
mas sim em andar por suas entranhas.
Sua força não está em confrontar o abismo
mas sim em contorna-lo tornado-o um amigo.
Seu dia se faz pelo doce e diligente sorrir,
ensinando aos pequenos como devem seguir
e dizendo aos grandes que aprender também é divertir.
Seu humor pode variar e ficar bem brava,
mas é para a coisa não ficar como estava,
pois seu coração é contínua estrada
reconstruir-se em si é sua dádiva.
E sua maravilha é essa magia
que são das coisas do dia a dia,
um pequeno passarinho que pia,
uma criança que aprende caligrafia,
um bilhete afetuoso para a tia.
No coração desse poeta és musa eterna,
nos meus braços é namorada terna,
no meu viver és como sal da terra,
necessário a tudo que vinga e prospera.
Oh! Moça de Minas!
não tendes medo da tempestade que se aproxima,
pois sua nau singra os mares como enguia,
desviando dos recifes e da costa bravia,
para fazer seu repouso nessa cidade iluminada
pelo seu andar na praia e na areia molhada,
deixastes na escrita do poeta suas pegadas.
Alquimia de beijos sem pensar em mais nada,
seu amor é que produz essa poesia cantata!

(Para Cristiane)

18 de out. de 2009

Poesia de Manhã

Olhinhos ainda meio grudados,
o semblante doce pelo sono revigorado,
observo seu matinal espreguiçar
se esticando para no meu peito voltar a cochilar.

De leve, num selinho, seus lábios toco,
você retribui se aninhando mais em mim,
para seu lindo ouvidinho me volto
começo a recitar as palavras de jasmim.

Sua face adquiri um tom carmim
e nela se instala um sorriso sem fim,
de olhos fechados o beijo é deflagrado,

toda a poesia se resume nesse estado
de por você estar apaixonado,
um novo dia nasce para ser conquistado!

(Para Cristiane)

17 de out. de 2009

Você e o Mar

Olhando você de Biquíni
vejo que não é só a forma que te define,
as gotas d’água do mar pelo seu ventre a passear
fazem o caminho do amor que o poeta sabe andar.

No seu olhar a imensidão do mar
toda a mansidão de no seu colo estar,
toda duvida está antes do cabo se dobrar,
mas seu navio no cais está para zarpar.

Quero ser dessa viajem piloto,
ter a alegria de um garoto,
na rota do coração o destino está posto.

O mar pode ser desconhecido
mas da musa ele é o melhor amigo
pois, a cada milha, faz valer a pena ter vivido!

(Para Cristiane)

16 de out. de 2009

Lágrimas do Sol

O sol te amanhece no sorriso,
seus raios são de onde me inspiro,
das distantes campinas da Gerares
num segundo teu calor ele me traz.

Mesmo quando em lágrimas
teu desejo ardente se transforma,
são estas que em belas formas
dão força e vida a minhas palavras.

E a poesia salta fulgurante do papel,
você beijando nosso lindo anel
faz com que se dissipe qualquer fel,

eu te acariciando o tornozelo
para te demonstrar todo o amor e zelo,
com quero ver-te brilhar como sol de Setembro!

(Para Cristiane)

15 de out. de 2009

Porque escrever

Quando a pena desliza no papel
como meus dedos nos teus cabelos tocam,
como o escultor que maneja o cinzel,
escrever-te é como saborear o mel.

No nascer do dia cotidiano
já acordo contigo sonhando,
mais que inspiração, um desejo tamanho,
de com palavras te deixar os joelhos bambos.

Não há coisa mais bela,
pensar no seu sorriso do outro lado da tela,
quando lê a poesia que viaja a terra,

chegando a teu coração como a primavera,
por isso te escrevo de forma sincera,
és musa e por ti a poesia se revela!

(Para Cristiane)

13 de out. de 2009

A Poesia que se move

Quando penso em ti
e em tudo que vivi,
nesse rio que é o tempo,
em cheias e vazantes nos da o senso,
de quanto é importante esse movimento
dos nossos corações a procura de contento.

E como seria?
Se você não tivesse mexido o oceano
a procura deste ser humano,
e se feito musa deste poeta,
feito eu escrever sobre tua beleza completa,
feito se mover a poesia que em mim havia.

E com toda a humildade
és tudo que ti verso em verdade,
pois não há melhor coragem que a bondade
tu destes para esse poeta felicidade,
a alegria de beijos ternos pela cidade.

(Para Cristiane)

Te Beijar

Os lábios juntos estalando,
pele que se refresca se apertando,
num minuto breve, mas sem tamanho
somos mais fortes que aço e estanho!

Em cada juntar e afastar de nossas bocas
percebemos que nossa sede não é pouca,
percebemos que saída não há outra,
beijar sempre, por mais que seja atitude louca!

Os beijos são provas e promessas
de que sempre há solução para coisas adversas,
de que as batalhas não estão realmente perdidas,

pois no teu coração plantei vida
esperança que renasce em cada partida,
de te beijar, para sempre, sem despedida!

(Para Cristiane)

11 de out. de 2009

Amor de Inverno

Num dia que podia ser cinzento
o sol se abriu preguiçoso e lento,
tu o trazias no teu alvo peito
fazendo-o brilhar além do teto estreito.

Do que poderia ser só um momento
fizemos um mundo inteiro,
de caricias os sentidos estremecendo,
de verdade e amor novo dia nascendo!

Num inverno de emoção
transformamos tudo em verão,
o gelo virou água de aluvião,

correndo forte pela imensidão
que é o amar por mais de uma estação,
pela estrada que se revela no teu coração!

(Para Cristiane)

10 de out. de 2009

Água Pura

A chuva que o vento traz
escorre pela montanha veloz,
no leito do rio corre audaz,
para desaguar em longínqua foz.

Teu olhar faz a boca aguar,
sinto a chuva me inundar,
água pura, sabor bom ao paladar,
nos teus beijos o desejo saciar!

Como nascente de rio,
trago teu amor comigo,
no começo tênue fio,

crescendo um curso que preenche o vazio,
logo cascatas de emoção e desafio,
para no final ser mar de El Niño!

(Para Cristiane)

7 de out. de 2009

Pessoa

Na aula escrevinhando desatento
pensando, perdido no tempo,
vagando nos teus carinhos
que mesmo sozinho
sempre me lembro.

Quando num lampejo
volto ao contexto,
quando em altos brados
a professora da seu recado:
Crise, critica, tese, antítese e síntese!

A pessoa humana se transforma,
não pelas teorias já em voga,
mas pela necessidade da hora,
de refazer seu ser mundo a fora.

Penso em ti, pessoa que amo,
quero que meus braços sejam seu recanto,
que no meu pelo moreno repouse seu pranto,
que a dor que nos faz crescer um tanto
se transforme na alegria de teu sorrir em encanto!

(Para Cristiane)

Primavera do corpo

Gelado é o silêncio árido,
bolinhas de poeira voando no pátio,
Invernal uivo do vento estático
passeando pelo medo dogmático.

Então um tilintintar do celular
nem uma palavra, só suspiro
delicioso e quente aviso
da primavera do corpo a chegar.

De tudo que não podemos negar,
como os abraços que nos fazem aconchegar,
neste instante ninguém entre nós pode estar.

Nos beijos de línguas entrecortantes
fazemos nossos sentimentos vazantes,
provas desse amor daqui por diante.

(Para Cristiane)

5 de out. de 2009

Viver de amar, amar para viver

Recolho suas lágrimas em meus lábios,
sei que sofre pela luta dos contrários,
mas não existe nada mais sábio
do que ouvir esse sentimento extraordinário,
pois no final o único solitário
é quem dele escolheu ser exilado.

Claro que a vida continua seu traçado,
mas dela o viço é apartado,
quando não temos todo o colorido
de um beijo enternecido
no final de tarde de um Domingo.

E da para viver sem amar,
mas muito melhor é contigo estar,
o seu rosto em paixão acariciar,
no seu colo poemas dizer
amar para, bem melhor, viver!

( Para Cristiane)

4 de out. de 2009

Velha Vitrola

Velha vitrola,
como todas as casas
só uma havia para toda família,
e sempre quando eu chegava da escola,
a bolacha negra estava lá a rodar.
Sempre o mesmo disco tocando,
a voz doce e poderosa o ambiente tomando,
cantava a América e suas raízes,
mas na verdade deixava os corações felizes.
Eu começava a ser adolescente
e não entedia suas palavras prontamente,
anos depois descobri que não é na mente
mas na alma que sua musica se sente.
Como um mantra de fim de tarde
minha prima ouvia seu canto em catarse,
a sabedoria dos anos Dezessete
se prolongava até a noite, as sete,
quando avô ao lar chegava
tomando conta da vitrola amada,
mas a musica dessa senhora encantada
jamais deixou o coração da meninada
e mesmo a vitrola desligada
sua canção continuava na casa.

( Para Mercedes Sosa)

3 de out. de 2009

Escrever para a Moça de Minas

Num despretensioso rabiscado
aquele que se faz no caderno do lado,
poema nasce de verso trovado,
espremido no papel pautado.

Aos poucos toma forma e ritmo,
pois vem do pulsante intimo,
dos verdejantes montes o cimo,
te trago em palavras de menino,

pois é assim que sinto
quando te escrevo com afinco,
como chuva em telhado de zinco,

sinto a face tremular
as veias cheias de sangue a saltar,
pois vigoroso é ato de te amar!

(Para Cristiane)

2 de out. de 2009

Amar Demais

Se amar demais é um erro,
o fazemos com refinado zelo,
pois a dimensão de exagero,
só existe para quem é triste
e o amor na carne não vive!

Amor que pode até ser um castelo,
mas se faz no solo e lá tem seu elo,
no chão de lençóis amarrotados
pelo carinhos e afagos
dos amantes devotados.

Precisão de beijos sincronizados
em taquicardia de paixão,
corações ululantes descompassados,
olhos luzentes revirados,
fazem o amar demais ser nosso diapasão!

(Para Cristiane)

1 de out. de 2009

Recolher

Quando ao fim do dia
você conta sentada na cozinha,
das coisas ditas e aprendidas,
das tarefas cumpridas,
do quanto se tem por fazer ainda,
você diz sabedoria.

Quando num banho quente
deixa água escorrer levemente,
fazendo a mente voar,
para num sonho lindo repousar,
você diz desejo.

Nas agruras daqueles que tem medo,
mas mesmo assim cruzam o arvoredo
para no final da trilha encontrar o aconchego,
você diz coragem.

Nesse vagar recolhes o que é necessário,
para ser um novo usuário,
desse novo mundo que lhe traz visionário,
seu amor , seu poeta libertário!

(Para Cristiane)