29 de mar. de 2010

Poema Noturno

Um vento frio
que passa pelo estreito
da brecha do telhado vazio.
Filete de ar fino
numa noite onde ouço
das frestas da janela o assobio.
Só uma moldura crepuscular,
pois debaixo das cobertas
estou a me remexer e suar.
Lembro dos beijos de arrebatar,
o coração bate e desperta
toda minha emoção de poeta.
Salto da cama já a compor
um novo poema de amor,
que quebra o gélido torpor
dessa noite de chuva
que faz do verão, inverno.
E este poema é pra dizer tudo,
desse sentimento profundo,
que não passa, não passa!
O frio da noite devassa
como mar em ressaca,
que beija as pedras da costa,
uma corrente quente
que inunda a alma dormente,
faz corar suas bochechas,
faz brilhar suas loiras madeixas,
e toda essa poesia no papel deixa,
esse relato do meu amor.

(Para Cristiane)

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