4 de out. de 2009

Velha Vitrola

Velha vitrola,
como todas as casas
só uma havia para toda família,
e sempre quando eu chegava da escola,
a bolacha negra estava lá a rodar.
Sempre o mesmo disco tocando,
a voz doce e poderosa o ambiente tomando,
cantava a América e suas raízes,
mas na verdade deixava os corações felizes.
Eu começava a ser adolescente
e não entedia suas palavras prontamente,
anos depois descobri que não é na mente
mas na alma que sua musica se sente.
Como um mantra de fim de tarde
minha prima ouvia seu canto em catarse,
a sabedoria dos anos Dezessete
se prolongava até a noite, as sete,
quando avô ao lar chegava
tomando conta da vitrola amada,
mas a musica dessa senhora encantada
jamais deixou o coração da meninada
e mesmo a vitrola desligada
sua canção continuava na casa.

( Para Mercedes Sosa)

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