Na multidão desforme
que hora se vê , hora se foge
em meio a tumulto desordenado,
ando a teu lado.
No escuro que a noite encerra
onde arvore a coruja vela,
um cavalo passa sem cela,
ando a teu lado.
Na crisálida fechadinha
onde se esconde tu lagartinha,
vejo as dores das asas abrindo,
para você virar borboletinha,
ando a teu lado.
Vejo e sinto tudo isso
só por um motivo,
pois no teu coração
as vezes por medo apertado,
outras por paixão dilatado,
estou eu lá plantado
escrevendo meus poemas do ocaso.
Por isto, só por isto
ando a teu lado!
(Para Cristiane)
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